quinta-feira, 30 de março de 2006

Sociedade carioca degusta expoentes da maison Mumm e põe à prova os novos mandamentos do champanhe/ano 2006



No último mês de dezembro de 2006, o crítico de gastronomia do jornal francês Le Figaro, François Simon, publicou uma lista com uma divertida proposta: rever os dogmas da degustação do champanhe. Em onze itens, Simon propôs uma quebra nos rigores que cercam a bebida, seu serviço e suas harmonias, naquilo que chamou de "os onze novos mandamentos". Inspirado na lista, a champanhe Mumm, a Brasserie Rosário, no Centro do Rio, e a V MAGAZINE convocaram um grupo selecionado de vinte membros da sociedade carioca para pôr à prova a lista do crítico francês e degustar o espumante Mumm Cuvée e dois expoentes do "terroir champagnard": o Cordon Rouge e o Perrier Jouet "Belle Époque". A lista de convidados ficou a cargo de Anna Maria Tornaghi; a apresentação das bebidas, com o sommelier e professor da Estácio de Sá, Fernando Miranda; e os pratos, com o chef da casa, o francês Frédérick Monnay. "Concordo com tudo", entusiasmou-se o empresário Wilson Pereira, diante dos primeiros brindes em torno do Cordon Rouge e do primeiro prato do jantar do Brasserie Rosário, um vermelho ao molho de laranja e um envolvente molho de berinjelas. Pouco antes do serviço, Fernando Miranda fizera uma preleção sobre o champanhe e lembrou o talento festivo da bebida, além de destacar a qualidade crescente dos espumantes brasileiros. "Mas será que é necessário 'tomar a sós'?", questionou o gourmet Marcos Gasparian, membro da Confraria da Boa Mesa, ao julgar um dos novos mandamentos. Neste momento, Frédérick Monnay servia um cappucino de cogumelos com camarão e um gentil mil-folhas de queijo. "O equilíbrio entre o travo do cogumelo e o iodo do crustáceo é fundamental para a harmonia dos dois ingredientes e da própria receita com o champanhe", comentou o chef do Brasserie Rosário.Na terceira etapa, o salmão ao molho de alho-poró foi servido em meio ao debate em torno da "feminilidade" do champanhe, proposta pelo crítico Simon. "Não concordo", rebateu Leila Bumachar, ponderando em seguida: "é uma bebida que atende a homens e mulheres, igualmente, mas que levam ambos à exaltação". Foi a deixa para que Fernando Miranda retomasse a palavra para anunciar uma das estrelas da noite, a Perrier Jouet, e sua mítica garrafa decorada, que deu à bebida a denominação "Belle Époque". Os palatos estalavam quando chegou a sobremesa, um gâteau de chocolate com madeleine e molho de maracujá. Foi o que bastou para que o salão irrompesse em um aplauso. "Esse chocolate com o Perrier Jouet é tudo", exclamou Sueli Pereira, acrescentando a sobremesa como mais um dogma na nova lista de François Simon.OS NOVOS 

MANDAMENTOS DECANTAR 

Não é crime. Desde que seja um vintage e procedido com a leveza "glissante" de uma dama ao sentar-se com graça em um evento de gala.CURTIR A SÓS - Indicado para dias tristes. A gente desperta para a vida como uma arrancada de um carro.GELE-O - Sem medo do paladar ou do olhar desaprovador do sommelier, como fez Hemingway. Gelar, sim; congelar, nunca.PASSE PELO DEMI-SEC - Mas não o ignore. É uma questão de guardá-lo brevemente, para que a sua dimensão açucarada cuide do resto e reserve boas surpresas para o futuro próximo. ANTECIPAR - Ao mesmo tempo em que abre o apetite, é leve e celebra os convivas. LEVE-O À MESA - Se começou com ele, por que não continuar com ele? É um companheiro experiente, que viu lágrimas, alegrias, misérias e momentos fulgurantes. E sabe sentar-se à relva e, na companhia de um salame, manter a mesma majestade da companhia de ostras, peixes, queijos e sobremesas.DEIXE-O EM SUA INOCÊNCIA - É um vinho à parte, à prova de expertos, considerações e grandes análises, a não ser a de prová-lo, fechar os olhos e abre em outro universo.ESQUEÇA TUDO - Esqueça as regras do vinho. O champanhe não os observa e até os contraria, por ter várias origens, por confundir suas pistas, por serem tão iguais, mas tão diferentes. É um vinho para a cabeça, que prefere sonhar em outros vinhedos.LIBERTE-O - A vocação do champanhe é ser liberado para a vida. Não deixo de sentir compaixão pelos amadores que me exibem, orgulhosos, suas adegas de champanhe.PELA BELEZA DO GESTO - O champanhe não é uma bebida de roqueiros. Não é coincidência, no entanto, que seja personagem de Flaubert, Maupassant ou Fitzgerald, ou que prefira a nobreza do salão ao agito urbano. É um vinho ereto e que conduz, naturalmente, o gesto elegante

Champanhe nunca foi um vinho viril. 
Começa aí a sua ligação íntima com as mulheres, que entendem em sua companhia uma dose de magia, um breve de sonhos solúveis, um brilho de inteligência comunicativa e uma fonte de surpresas e momentos inesperados.
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Fotos e edição de texto
Leila Bumachar