sexta-feira, 19 de junho de 2009

Desbravando dos vinhos da Ilha da Madeira




vinho da Madeira, ou simplesmente vinho Madeira, é um vinho fortificado, com elevado teor alcoólico, produzido nas encostas e adegas da Região Demarcada da Ilha da Madeira, sob condições edafoclimáticas excepcionais para o que concorrem factores naturais e humanos. 
É o produto principal da economia da Região Autônoma da Madeira e um símbolo da Madeira em todo o mundo. produção de vinho da Madeira remonta quase à época da descoberta da ilha (1419). 
As primeiras castas foram introduzidas sob ordens do Infante e D. Henrique, e foram importadas de Cândia (capital de Creta, Grécia). 
Mais tarde foram introduzidas outras castas, como a Tinta Negra, a Sercial, a Boal, a Verdelho e a Malvasia
Estas últimas quatro produzem vinhos de qualidade superior, em função das condições climatéricas e da composição dos solos.


A produção de vinho foi estimulada pela necessidade de abastecer os navios nas rotas do Atlântico para o Novo Mundo e para a Índia, e pela presença dos ingleses na ilha, que fizeram com que o vinho fosse conhecido em toda a Europa e América, tornando-se o vinho preferido em banquetes e mesas requintadas das cortes europeias e nas respectivas colônias.
Há várias histórias curiosas sobre o vinho da Madeira em referências literárias desde o século XV, que ajudam a reforçar a aura de vinho especial em Inglaterra. 
Um caso conhecido é o da obra Henrique IV de William Shakespeare, na qual Falstaff foi acusado de trocar a sua alma por uma perna de frango e um cálice de vinho da Madeira. 
Outro caso dá-se em 1478 e é o da condenação à morte de George de York, Duque de Clarence, irmão de Eduardo IV de Inglaterra, que escolheu alegadamente ser afogado dentro de um tonel de vinho Malvasia .
Entre meados de Agosto e meados de Outubro realizam-se as vindimas na Madeira. O ponto mais alto é marcado pela Festa do Vinho, realizada em Setembro. O mosto resultante nas adegas é sujeito a fermentação interrompida por adição de álcool vínico no momento em que atinge o nível de doçura pretendido.
O sistema de vinificação tradicional do Vinho da Madeira é a bica aberta, praticando-se na maioria dos casos a prensagem direta das uvas. Contudo, algumas empresas já dispõem de equipamento que lhes permite fazer vinificações com curtimenta, a que recorrem quando pretendem fazer vinhos, que preveem ficar muitos anos em casco, pois dão vinhos melhor estruturados e de maior longevidade.

No dia 19 de junho de 2009, aconteceu no restaurante Real Astoria localizado na cidade do Rio de Janeiro um almoço eno gastronômico, com a presença de enólogos e viticultores.

Coquetel
SERCIAL - Vinífera Barbeito Seco - 10 anos; cor amarelo âmbar claro, com um bouquet muito amplo, madeira, baunilha,balsâmico, especiarias, curry, frutos secos, confeitaria,torrefação,com bastante acidez e PH baixo. 
Obs. tem 50 a 70 grs. de açúcar residual por litro. Ideal para acompanhar aperitivos.

VERDELHO Reserva- Vínifera Barbeito, Muito Seco, 10 anos barrica, 16 a 22 gramas. teor alcool, 70 a 90 grs de açúcar residual, cor ambar escuro, ouro antigo com reflexos esverdeados, aroma amplo. Excelente para acompanhar sopas e consomes.
Estes dois Vinhos foram servidos no início (antes do almoço)

Almoço,1 prato
VALDARANTE Branco - Cave Santa Marta - uvas Malvasia e Sercial, muito leve ,acompanhou Cesar salada

2 prato
ADEGA DOS PEGÕES Colheita Selecionada Branco - 2008 , uvas Arinto , Antão Vaz e Chardonnay mais encorpado, acompanhou o prato de peixe.

3 prato
CABEÇA DE BURRO - Tinto - 2005 - Douro. acompanhou o prato de carne. Muito bom vinho, ótimo corpo e aromas amplos, cor rubi com reflexos violáceos.

4 prato
ADRO DA SÉ tinto 2004 Dão - cor muito bonita rubi com reflexos granada, bom corpo aromas mais evoluídos : tabaco, couro, especiarias; uvas Alfrocheiro preto, Jaen e Touriga Nacional, muito bom vinho! Servido também com o prato de carne. 


Sobremesa
MEDIUM RICH - 1999 Vinífera H & H - Henriques e Henriques- Região de Terrentés, Ilha da Madeira :cor acastanhada,sensivelmente escuro, aromas de chocolate preto e caramelo,90 gramas de açúcar residual por litro, uvas: Tinta Negra Mole, acompanha sobremesas, salada de frutas, bolos, queijos fortes como o roquefort ou o stilton ou ainda para acompanhar um café e como digestivo.

MOSCATEL A.C DO DOURO 1989 - Adega de Favaios - cor maravilhosa, amarelo ambar escuro, aromas de avelã amêndoas.

BRANDY´S MADEIRA COLHEITA MALMSEY 1992 - Madeira Wine Company - Um vinho muito interessante um novo tipo de Madeira. Em 1989, a família BLANDY
convidou a família Syminton radicada no Porto para se juntar à Madeira W. Company.







Edição  de Texto
Leila Bumachar
Menu e comentários release da assessoria do evento.
fontes http://pt.wikipedia.org/wiki/Vinho_da_Madeira
fotos Bing

terça-feira, 16 de junho de 2009

O olfato, a geografia, o vinho / Jornal ZERO HORA


Para meus amigos enólogos !


...Consta, que certa noite, muitos anos atrás, um homem entrou com a namorada no restaurante Lucas Carton, em Paris, e pediu uma garrafa de Mouton Rothschild, safra de 1928. O sommelier, em vez de trazer a garrafa para mostrar ao cliente, traz o decanter de cristal cheio de vinho e, depois de uma mesura, serve um pouco no cálice para o cliente provar. O cliente, lentamente, leva o cálice ao nariz para sentir os aromas, fecha os olhos e cheira o vinho. 
Inesperadamente, franze a testa e, com expressão muito irritada, pousa o copo na mesa, comentando rispidamente: -Isso aqui não é um Mouton de 1928!!!O sommelier assegura-lhe que é. O cliente insiste que não é. 
Estabelece-se uma discussão e, rapidamente, cerca de 20 pessoas rodeiam a mesa, incluindo o chef de cuisine e o gerente do hotel que tentam convencer o intransigente consumidor de que o vinho é mesmo um Mouton de 1928. De repente, alguém resolve perguntar-lhe como sabe, com tanta certeza, que aquele vinho não é um Mouton de 1928.- 
O meu nome é Phillippe de Rothschild, diz o cliente, modestamente - e fui eu que fiz esse vinho. Consternação geral. O sommelier, então, de cabeça baixa, dá um passo à frente, tosse, pigarreia, bagas de suor escorrem da testa e, por fim, admite que serviu na garrafa de decantação um Clerc Milon de 1928, mas explica seus motivos: - Desculpe, mas não consegui suportar a idéia de servir a nossa última garrafa de Mouton 1928. De qualquer forma, a diferença é irrelevante. 
O senhor também é proprietário dos vinhedos de Clerc Milon, que ficam na mesma aldeia do Mouton. O solo é o mesmo, a vindima é feita na mesma época, a poda é a mesma, e o esmagamento das uvas se faz na mesma ocasião, o mosto resultante vai para barris absolutamente idênticos. Ambos os vinhos são engarrafados ao mesmo tempo. Pode-se afirmar que os vinhos são iguais, apenas com uma pequeníssima diferença geográfica. Rothschild então, com a discrição que sempre foi a sua marca, puxa o sommelier pelo braço e murmura-lhe ao ouvido:- 
Quando voltar para casa esta noite, peça à sua namorada para se despir completamente. Escolha duas regiões muito próximas do corpo dela e faça um teste de olfato. Você perceberá a diferença que pode haver numa pequeníssima diferença geográfica!!! 





OBS. – Na classificação de 1855 dos vinhos do Haut-Médoc, o Château Mouton-Rothschild é, desde 1973, um Premier Cru, já o Château Clerc-Milon-Mondon é um Cinquième Cru. 

FONTE: JORNAL ZERO HORA/ GASTRONOMIA

Termos Curiosos no Mundo do Vinho Português!



"Se queres andar bem disposto, bebe vinho, mas não mosto."
Provérbio Popular


ABAFADO – Vinho obtido pela adição de aguardente vínica no mosto das uvas antes do início ou nas primeiras horas da fermentação. 
Pode ser feito com uvas tintas ou brancas, tem graduação alcoólica próxima a 20% e geralmente é consumido jovem. Produto popular até a década de 70. Hoje as produções de vinho abafado são muito pequenas.
ADIAFA – Festa de enceramento de qualquer atividade agrícola, inclusive a vindima.
ÁGUA PÉ – Vinho suave obtido pela adição de água ao bagaço das uvas. 
Tem uma graduação alcoólica baixa, apenas 7% e deve ser consumido jovem, de preferência até 6 meses. 
A água pé geralmente é bebida 2 meses após as vindimas, no dia 11 de Novembro, o dia do S. Martinho. Produto popular até à década de 80. Atualmente a produção de água pé é insignificante.
AGUARDENTE BAGACEIRA – Destilado produzido a partir do bagaço de uvas brancas ou tintas. A sua graduação alcoólica é próxima aos 40%.
AGUARDENTE VÍNICA – Destilado produzido geralmente a partir de um vinho branco. A sua graduação alcoólica é próxima aos 46%.
ARMAZENISTA – Comerciante de vinhos. Compra os vinhos a granel e vende a granel ou engarrafado. Geralmente trabalha com os vinhos mais simples e baratos.
AUTÓCTONE – Nativo, oriundo da terra onde se encontra. Termo muito usado quando nos referimos às castas típicas que tiveram origem numa região demarcada.
BALSEIRO – Casco de madeira, com formato tronco-cônico (é um cone em pé com a ponta cortada), com capacidade até 30.000 litros . Muito utilizado no envelhecimento de vinhos do Porto tipo Tawny. Atualmente também são produzidos em inox e usados para a fermentação de vinhos tintos.
BICA ABERTA – Método de vinificação utilizado na produção de vinhos brancos e rosés. Consiste em não deixar fermentar o mosto com o bagaço e a película das uvas.
BRUTO – Designação aplicada aos vinhos espumantes naturais com o teor de açúcar residual inferior a 15 gramas por litro
C.V.R – Comissão Vitivínicola Regional. Entidade responsável pela certificação dos vinhos, castas recomendadas e regras de produção dos vinhos de uma região demarcada (Ex: Alentejo, Bairrada, Dão, Estremadura, Ribatejo, Terras do Sado, Vinho Verde, etc.). 
Para cumprir estas atribuições, as CVRs controlam o processo produtivo dos vinhos através de ações de classificação dos encepamentos e acompanhamento das vinificações. Posteriormente, quando os vinhos já estão engarrafados, são feitas análises físico-químicas em laboratórios e provas de vinhos às cegas pela câmara de provadores. 
Os vinhos certificados pelas CVRs podem ser Regionais, VQPRD ou DOC. 
Todos esses vinhos tem um selo na garrafa que pode ser facilmente conferido pelos consumidores. 
No Douro, o IVDP – Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, tem as mesmas funções das CVRs das outras regiões.
CLARETE – Vinho tinto produzido com pouca extração de cor. Podemos dizer que é um vinho rosé escuro.
CURTIMENTA – Método de vinificação utilizado na produção de vinhos tintos. 
A fermentação do mosto ocorre com a presença das cascas das uvas, das grainhas e dos engaços, o que permite aumentar o teor de taninos, de cor e de corpo dos vinhos tintos.D.O.C – Denominação de Origem Controlada. Designativo de qualidade aplicado a determinados vinhos cuja produção é certificada por uma CVR (Comissão Vitivinícola Regional) de uma região demarcada (Ex: Alentejo, Bairrada, Dão, Douro, etc.).ENGAÇO – Pedículo do cacho e suas ramificações que suportam as uvas.
ESCANÇÃO – Profissional responsável pelo serviço de vinhos em restaurantes e hotéis. Equivale à palavra francesa “sommelier”.
ESPUMANTE NATURAL – Equivale ao champangne obtido pelo método clássico, ou seja, a efervescência resulta da segunda fermentação alcoólica ocorrida na garrafa.
ESPUMOSO – Equivale ao champangne obtido pelo método charmat, ou seja, a segunda fermentação é feita em grandes depósitos de inox.
GARRAFEIRA – Esta palavra pode ter vários significados. 
Loja de vinhos. Designativo de qualidade de vinhos VQPRD ou DOC que implica num período mínimo de estágio do vinho na garrafa. Este período varia em função da região demarcada onde foi produzido o vinho.
GENEROSO – Vinho licoroso com designação especial em virtude da sua origem numa região específica. O vinho do Porto é um vinho generoso.
GINJINHA – A ginja é um fruto silvestre da família da cereja. Com a ginja se produz o licor mais famoso de Portugal, o licor de ginja, conhecido popularmente por ginjinha.
GRAINHA - Semente da uva.
GRANDES SUPERFÍCIES – Supermercados
HERDADE – Propriedade agrícola equivalente a uma fazenda no Brasil.
JEROPIGA – Vinho obtido pela adição de aguardente bagaceira no mosto das uvas antes do início ou nas primeiras horas da fermentação. 
Geralmente é feito com uvas brancas mas também pode ser feito com uvas tintas. A graduação alcoólica é próxima aos 20%. 
Na maioria das vezes é consumido jovem e foi consumido até à década de 70. Hoje a sua produção é muito pequena.
LICOROSO – Vinho obtido pela adição de aguardente vínica no mosto das uvas durante a fermentação, geralmente no segundo ou terceiro dia. 
Pode ser feito com uvas brancas ou tintas. Em função do açúcar residual, o vinho licoroso pode ser doce, meio doce ou seco.
MACERAÇÃO - Executar a fermentação alcoólica com as cascas das uvas, das sementes e por vezes do próprio engaço.
MONDA PRECOCE – Quando se pretende produzir um vinho mais concentrado e com maior qualidade, é comum cortar alguns cachos de uvas para controlar o rendimento da vinha. Este corte geralmente ocorre próximo à época do pintor.
MONTE – Sede de uma propriedade agrícola, ou seja, equivalente à sede de uma fazenda do Brasil.
MOSTO – Suco de uvas frescas antes de fermentarem
NÉCTAR – Vinho com ótima qualidade
PALHETE – Vinho obtido da mistura de vinho branco com vinho tinto. 
Deve ser consumido jovem a uma temperatura entre 12ºC e 14ºC. Atualmente a sua produção é muito pequena.
PINTOR – É a fase em que os bagos de uva começam a ganhar a sua coloração final.
PIPA – Casco de madeira utilizado para estagiar vinhos tintos ou envelhecer vinhos do Porto tipo Tawny. 
A sua capacidade geralmente varia entre 500 e 550 litros .
POMADA – Na linguagem popular, é um vinho com ótima qualidade.
RESTAURAÇÃO – Restaurantes e hotéis.
TALHA – Recipiente de barro cozido com capacidade até 1.800 litros , usado para fermentar o vinho. Esta prática vem do tempo dos romanos há 2.000 anos. 
Até hoje alguns pequenos produtores do Alentejo usam talhas para fermentarem os seus vinhos.
TONEL – Casco de madeira, com formato semelhante a um “cilindro” deitado, utilizado para estagiar vinhos tintos ou envelhecer vinhos do Porto tipo Tawny. O seu volume varia de 3.000 litros a 15.000 litros .
VINHO DE LOTE – Vinho produzido com uma mistura de várias castas.
VINHO DE MESA – Pode ser produzido com uvas de qualquer região de Portugal. 
A certificação é feita pelo IVV, Instituto da Vinha e do Vinho. 
O selo colocado na garrafa é do IVV e não de uma CVR. 
Os vinhos de mesa, na sua esmagadora maioria, são vinhos mais simples e baratos. 
Esta importadora não trabalha com vinhos de mesa.
VINHO EXTREME – Vinho feito apenas com uma casta.
VINHO REGIONAL – Vinho produzido atendendo a menos regras do que o DOC ou o VQPRD e certificado por uma CVR. 
O vinho regional pode ser produzido com mais castas do que o DOC e o VQPRD. 
As vinhas que produzem um vinho regional também









Edição de Texto
Leila Bumachar.
Fonte de Dados :
As informações acima não têm a pretensão de serem um manual técnico. O objetivo deste Pequeno Dicionário é apenas facilitar a leitura dos textos portugueses sobre vinhos publicados em livros, revistas e jornais.