quinta-feira, 27 de março de 2014

Península de Setúbal ! Vinhos/ História e Turismo.


A CVR da Península de Setúbal investirá meio milhão de euros no mercado brasileiro.
A meta é aumentar em 10% as vendas para o mercado brasileiro Será um investimento em escala no Brasil em 2014!
A entidade certificadora dos vinhos Moscatel de Setúbal (DO) e Moscatel Roxo (DO), Palmela (DO) e Península de Setúbal (IG) é presidida pelo Henrique Soares que tem por objetivo aumentar em 10% as vendas para o mercado brasileiro em relação a 2013, quando exportaram 1.253.756,3 litros para o Brasil, correspondendo aproximadamente 3.000.000€.
De acordo com Soares o mercado brasileiro é historicamente o mais importante para os Vinhos da Península de Setúbal.

A CVRPS tem como principal missão a defesa das DO Setúbal e Palmela e IG Península de Setúbal, bem como a aplicação da respectiva regulamentação, o fomento e controle dos vinhos produzidos nas respectivas áreas geográficas e a garantia da sua origem, genuinidade e qualidade.
Com 1.200 vitivinicultores e 120 produtores, a Península de Setúbal produz 40 milhões de litros de vinho anualmente, de qualidade e premiações nacionais e internacionais.






Prêmios.
Recentemente em 2010 Robert Parker pontuou no seu site com 100 pontos , Moscatel de Setúbal 1947 da José Maria da Fonseca, produtor mais antigo da região.




Moscatel de Setúbal Reserva 2006 da Venâncio da Costa Lima teve a primeira colocação na lista do concurso TOP 10 Muscats Du Monde


Entre os principais produtores regionais que marcam presença no Brasil estão:
José Maria da Fonseca, Bacalhôa Vinhos de Portugal, Herdade da Comporta, Casa Ermelinda Freitas, Casa Agr. Assis Lobo, Adega Cooperativa de Pegões, Soberanas, Manzwine, Casa Agr. Horácio Simões, José Mota Capitão e Antônio Saramago Vinhos.




Segundo o presidente da CVR da Península de Setúbal Henrique Soares, Moscatel de Setúbal  “É um vinho exuberante que jamais se esquece após um primeiro contato porque impressiona de tal maneira o palato e o olfato que apetece sempre beber mais um pouco. 
O Moscatel de Setúbal é um vinho muito gastronômico, ao mesmo tempo doce (“ ataque de boca”) e seco (“final de boca”). Frutado e muito aromático combina perfeitamente com a gastronomia brasileira”. Ainda de acordo com Soares, quando servido fresco imponência estas propriedades e torna-o ainda mais apetecível em diversos momentos de consumo, como aperitivo, como vinho de sobremesa, com queijos, e mesmo acompanhando toda a refeição.





Na Península de Setúbal produzem-se três tipos de vinho certificado


- Vinhos DO Palmela: certifica vinhos: brancos, rosados e tintos, frisantes, espumantes e licorosos.


- Vinhos DO Setúbal: é aplicável exclusivamente, para vinhos generosos, brancos (à base da casta Moscatel de Setúbal) ou tintos à base da casta Moscatel Roxo. 



- Vinho Regional Península de Setúbal: é aplicável a vinhos brancos, tintos e rosados, frisantes, licorosos e vinho para base de espumantes
O Moscatel de Setúbal sobressai na História de Portugal pela distinção das suas qualidades entre os vinhos fortificados nacionais e é parte da cultura, da tradição e da forma de viver da Península de Setúbal. 
Desconhece-se o momento preciso em que terá começado o cultivo da vinha na Península de Setúbal, mas estima-se que os Fenícios e os Gregos tenham dado um forte impulso na divulgação do vinho, incentivando as trocas comerciais com outros povos através do estuário do Sado. 
A fama do Moscatel de Setúbal, além-fronteiras, terá começado na segunda metade do século XIV quando Ricardo II de Inglaterra se torna um importador assíduo de Moscatel de Setúbal. 
De acordo com Antônio Porto Franco, Luís XIV (1638-1715) não dispensava o vinho fortificado proveniente de Setúbal nas suas festas em Versalhes. O Moscatel de Setúbal “Torna-Viagem” é um dos grandes símbolos e foi embaixador mundial destes vinhos generosos. 
Nos séculos. XV e XVI, no período da expansão portuguesa, nas naus e galeões que partiram em direção à Índia, um dos produtos transportados era o vinho. 
No período áureo que se seguiu aos Descobrimentos, os vinhos portugueses, nomeadamente o Moscatel Setúbal, constituíam lastro nas naus e caravelas que comercializavam os produtos trazidos do Brasil e do Oriente.


Solo / Clima.
Península de Setúbal os solos são igualmente heterogêneos, alternando entre as areias finas e profundas das planícies e os solos calcários e argilo-calcários da Serra da Arrábida.
É aqui que nasce o Moscatel de Setúbal, um dos vinhos mais reputados de Portugal.



O clima da região é claramente mediterrânico, com verões quentes e secos, invernos amenos, mas chuvosos, e umidade elevada. Só a Serra da Arrábida, pela altitude elevada e pela proximidade ao mar, beneficia de um clima de feição mais atlântica.
A Península de Setúbal compreende as Denominações de Origem, “Palmela” e “Setúbal” e a IG Península de Setúbal. 
A denominação “Setúbal” está reservada para os vinhos Moscatel de Setúbal e Moscatel Roxo.
Os vinhos tintos de “Palmela” baseiam-se na casta Castelão, de presença obrigatória na denominação, casta que oferece o melhor de si nos solos arenosos quentes e soltos de Palmela, ganhando uma complexidade e profundidade que a casta só raramente consegue alcançar fora da região.
As duas castas brancas dominantes são o Arinto e Fernão Pires, bem como o Moscatel de Alexandria, destinado, sobretudo aos vinhos generosos da região. Nas castas tintas, evidenciam-se o Alfrocheiro e Trincadeira.



Castas.
Moscatel. É originária do mediterrâneo oriental, tendo sido introduzida no território nacional durante o período das invasões ibéricas pelo Império Romano. É freqüentemente descrita como uma casta feminina, vagueando aromaticamente entre as notas de passas de uva, limão, lichia, pera e tília. Nos vinhos generosos, sempre que consegue preservar a acidez, proporciona vinhos memoráveis, entre os quais se incluem os "Moscatel de Setúbal", com notas de casca de laranja, mel, especiarias, iodo, flor de laranjeira e acácia.

Moscatel Galego Roxo. Nasceu fruto de uma mutação genética da casta Moscatel Galego, subsistindo em pequenas quantidades na Península de Setúbal. Dá corpo a um vinho generoso semelhante no estilo ao "Moscatel de Setúbal", de aromas e sabores ainda mais complexos. Os vinhos generosos produzidos pelo Moscatel Galego Roxo proporcionam elevado grau de doçura, apresentando-se muito aromáticos e de sabor persistente.


O Moscatel de Setúbal só pode ser assim designado se pelo menos 85% do vinho for composto pela casta Moscatel, Moscatel de Setúbal ou Moscatel Roxo 


Arinto. Uma casta versátil, presente na maioria das regiões vinícolas portuguesas, sendo reconhecida pelo nome Pedernã na região dos Vinhos Verdes. Proporciona vinhos vibrantes e de acidez viva, refrescantes e com forte pendência mineral, e elevado potencial de guarda. A acidez firme será o principal cartão-de-visita da casta Arinto.



Fernão Pires. É uma das castas brancas mais plantadas em Portugal. A produtividade elevada, bem como a versatilidade, precocidade e riqueza em compostos aromáticos ajudam a explicar a popularidade. Por regra, os vinhos de Fernão Pires devem ser bebidos jovens. Sensível às geadas, prefere os solos férteis, de clima temperado ou quente. Os aromas que lhe estão associados alternam entre a lima, limão, ervas aromáticas, rosa, tangerina e laranjeira.



Alfrocheiro. A casta Alfrocheiro encontra o seu território natural na região do Dão, apesar de ser ter expandindo com sucesso para Sul, estendendo-se às regiões do Alentejo, Tejo e Palmela. Produz vinhos ricos em cor, com um notável equilíbrio entre álcool, taninos e acidez. É essa notável capacidade para reter a acidez elevada, aliada à presença generosa de açúcares. Aromaticamente sobressaem os aromas a bagas silvestres, com destaque particular para a amora e o morango maduro. 



Castelã. É uma das variedades mais cultivadas no sul do país,, porem é em Palmela, nas areias quentes do Poceirão, nas vinhas velhas da região, que a casta dá o melhor de si, desenvolvendo-se melhor em climas quentes e solos secos e arenosos. Em vinhas maduras, de baixa produtividade, devidamente controladas, o Castelão dá origem a vinhos estruturados, frutados, com particular incidência na groselha, ameixa em calda, frutos silvestres, apresentando ainda notas típicas de caça mortificada. 



Trincadeira. Especialmente popular nas regiões do Alentejo e Douro, onde é designada por Tinta Amarela, é uma casta difícil, especialmente vigorosa, necessitando de refreio permanente e cuidados extremos no controle da produção. Os vinhos são tendencialmente florais, mais vegetais quando a maturação é deficiente, ricos em cor e acidez, ligeiramente alcoólicos e com boas condições para envelhecer bem em garrafa.

.... Historia



O Castelo de Palmela tem origem árabe, com a primeira fortificação, provavelmente, edificada por volta do século IX, depois da conquista desta região aos visigodos, mas onde os testemunhos arqueológicos, apontam para uma ocupação humana desde o período neolítico. 
D. Afonso Henriques conquistou Palmela em 1147, mas voltaria a cair na mão dos muçulmanos e só por volta de 1190, passaria definitivamente para a posse portuguesa. D. Sancho I mandou fazer reparações na fortaleza e doou-a a Ordem de Santiago, que fizeram de Palmela a sede da Ordem.
É já no reinado de D. João I que se inicia a construção do convento onde esta ordem se instala, a partir de 1443. 
Desde 1945 obras de restauração foram iniciadas, recuperando o antigo convento, onde atualmente é uma famosa pousada



D. Afonso Henriques, foi o primeiro rei de Portugal e era filho do Conde de Borgonha, D. Henrique, cruzado que veio para a Península Ibérica auxiliar o rei de Leão e de Castela na guerra contra os mouros, ficando depois a governar o Condado Portucalense.

Turismo



A Costa Azul, como também é conhecida a Península de Setúbal, abrange o Distrito de Setúbal com 13 Concelhos portugueses. 
Nesta região de forte e antiga tradição vitícola, parte-se à descoberta da grande riqueza paisagística e patrimonial da Costa Azul, ao longo de seis percursos que conduzem às principais adegas da Península de Setúbal.
Muito fértil em belezas naturais, é limitada ao norte pelo rio Tejo, ao sul e leste pelo Alentejo e a oeste pelo Oceano Atlântico.
As visitas a castelos e fortalezas, em Setúbal, Palmela e Sesimbra, ao palácio da Bacalhôa ou a espaços culturais, como o Museu Agrícola da Quinta da Atalaia ou o Museu do Queijo de Azeitão, são apenas alguns dos aliciantes desta região com história. 
Na Rota de Vinhos da Península de Setúbal o visitante tem o conforto necessário para se sentir revigorado. Por fim, o motivo principal da visita à região – o vinho! Branco, tinto, rosé ou o famoso Moscatel de Setúbal, 










Edição de texto  e fotos
Leila Bumachar
Fontes, pesquisa e fotos :
CVR-Penisula de Setubal .Interação Rede de Comunicação
www.redeinteracao.net.br
www.moscateldesetubal.pt
www.vinhosdapeninsuladesetubal.pt
www.parlamento.pt
www.winesofportugal.pt
www.lifecooler.com
www.arquipelagos.pt
www.vcwebgourmet.com
www.poramoralisboa.com
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