segunda-feira, 26 de maio de 2014

Vinho dos Mortos. Uma velha tradição portuguesa.


A historia começa com a Guerra Peninsular, em 1807, quando os exércitos franceses invadiram a Espanha para o controle da península Ibérica.  
Na A segunda invasão de Portugal em 1809 no comando do general Soult foi no Norte de Portugal.
Quando os franceses invadiram a região, o povo que habitava nas aldeias de montanha ao redor Boticas, a oeste de Chaves, queria ser poupado da humilhação de ver os franceses fugir com o seu vinho, de modo que o enterrou.


O vinho foi enterrado no chão das adegas, no saibro, debaixo das pipas e dos lagares.
Mais tarde, depois dos franceses terem sido expulsos, os habitantes recuperaram as suas casas e os bens que restaram. E o Vinho....
Ao desenterrarem o vinho, julgaram-no estragado? Porém, descobriram com agrado que estava muito mais saboroso, pois tinha adquirido propriedades novas.
A bebida das garrafas estava com cor e sabor “bouquet” ainda melhor, um vinho com graduação de 10º/11º, que tinha, então, uma gaseificação natural em função da temperatura constante e da escuridão.

Assim a tradição ganhou o nome “dos Mortos” em  referencia às garrafas terem estado enterradas. 


Outro nome desse vinho é “Morto de Boticas” por ser cultivado principalmente em Vila de Boticas.


Assim, nasceu uma tradição de “enterrar” o vinho pelo menos durante um ano, de uma técnica, descoberta ocasionalmente, para melhor o conservar e utilizar a sua qualidade, que se foi transmitindo de geração em geração.
As uvas encontradas em Vinho DOS Mortos são: Alvarelho, Bastardo, Malvasia Fina, Tinta Carvalha e Tinta Coimbra. Como misturas de Chianti mais velhos, Alvarelho e Malvasia são uvas brancas, mas o vinho final é vermelho.
Geralmente, o vinho termina em um nível baixo de álcool por causa do clima do norte de Portugal e do medo do mau tempo na colheita.

Hoje são já poucos os agricultores que mantêm viva esta tradição.
Vila de Boticas e da Granja, nas encostas aí existentes, que possuem as condições de clima e solo adequadas à produção deste precioso vinho, o qual, não sendo abundante, tem, no entanto sabor agradável que bem merece ser apreciado.




Como o tempo, a tradição foi se perdendo, até que a Capolib /cooperativa Agrícola de Boticas de Alto Trás-os-Montes,  criou um projeto para recuperar e preservar a bebida tradicional, inicialmente com uma inscrição no Registro Nacional de Propriedade Industrial e estudou um melhor Terroir.
A microrregião vinhateira inclui Boticas, Granja, partes de Pinho, Bessa, Quintas, Valdegas e Sapelas.
Hoje os “Vinhos dos Mortos” podem se comprados inclusive pela Internet na época da safra
O vinho é produzido hoje como um empreendimento comercial por Armindo de Sousa Pereira




Boticas

Uma vila portuguesa na Região Norte e sub-região do Alto Trás-os-Montes, com cerca de 1 200 habitantes.
O município é limitado a oeste e noroeste pelo município de Montalegre, a leste por Chaves, a sueste por Vila Pouca de Aguiar, a sul por Ribeira de Pena e a sudoeste por Cabeceiras de Basto





Edição de textoe fotos
Leila Bumachar
Fonte e Fotos
http://www.vinhodosmortos.com
http://diarioatual.com
http://www.cm-boticas.pt
https://www.google.com.br/search






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